Segundo definições do próprio dicionário, a palavra hábito quer dizer:
1. maneira usual de ser, fazer, sentir; costume, regra, modo.
2. maneira permanente ou frequente de comportar-se; mania.
Se você parar para analisar, ambas as definições remetem a algo que já está definido e até mesmo enraizado em nós, pois a forma como nos comportamos diariamente, diga-se rotina, acaba ativando um comando mental que determina que devemos seguir desta forma para sempre.
Nosso querido cérebro acata esse comando e começa a construir todo um cenário para blindar esse hábito em nós.
Uma coisa é fato, quem criou este comando, tem o poder de criar novos comandos, isso significa que você pode mudar seus hábitos sim, desde que estabeleça estratégias que convençam a sua mente e cérebro de que estes hábitos serão benéficos para sua vida e, ouso dizer que, é aí que mora o perigo!
Gosto muito de fazer uma analogia a um texto muito especial de Sogyal Rinpoche que reflete na forma como enxergamos e nos posicionamos em nossas vidas.
Autobiografia em 5 capítulos:
Capítulo 1: Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio…
Estou perdido… sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.
Capítulo 2: Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.
Capítulo 3: Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está Ainda assim caio… é um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.
Capítulo 4: Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.
Capítulo 5: Ando por outra rua.
Sogyal Rinpoche
Agora que você leu este texto, te convido a uma reflexão importante onde cada pessoa tem uma percepção de si mesma e esta percepção molda a forma como ela enxerga tanto o mundo a sua volta, quanto a sua capacidade de construir ou não novos hábitos.
Pode ser que alguns estejam num momento totalmente perdido e sem esperança, pode ser que outros estejam num momento anestesiado onde não conseguem sequer enxergar sua localização, mas pode ser que existam aqueles que estão começando a ter clareza da sua responsabilidade frente ao hábito onde somente a partir deste ponto se abre a possibilidade de tomada de decisão.
A decisão engloba uma escolha, que pode ser a de voltar ao estado cego, que acontece quando entramos no modo analgésico, anulando percepções, ocultando sentimentos e emoções, ou essa decisão pode ser a de fazer movimentos de expansão, que acontece quando decidimos sair deste lugar, quando decidimos encontrar saídas e identificar caminhos que funcionem para a nossa realidade.
Imagine
Desde a barriga, o feto recebe estímulos emocionais e desde a sua concepção ele é sugestionado por todos ao seu redor. Os estímulos crescem de acordo com o desenvolvimento da criança, onde as experiências da família, dos amigos, das notícias, dos comportamentos das pessoas ao seu redor e tudo o que acontece consciente e inconsciente acabam refletindo, construindo e moldando seus hábitos.
Somos seres com experiências e realidades diferentes, por isso os hábitos acompanham nossa individualidade.
Mas como eu já disse, é possível mudar este hábito, caso você escolha isso e eu posso te ajudar.
O poder da motivação
Assim como muitos, eu já vivi essa novela de trauma e drama e confesso que às vezes eu me percebo fazendo isso de novo, mas quando isso acontece, hoje eu tenho consciência de que este lugar existe e que eu posso moldá-lo.
Nosso cérebro tem a capacidade de se moldar, mas para que isso aconteça ele precisa identificar uma vantagem, ganho, benefício ou motivos palpáveis para isso.
No meu caso, eu desejei ser mãe e quando meu filho nasceu, nasceu junto um motivo para mudar a minha vida, afinal eu queria que ele vivesse um cenário diferente do meu e isso me impulsionou a querer mudar meus hábitos.
Eu já tinha lido vários livros sobre hábitos, sobre observar a mente, sobre meditação e por aí vai, mas toda vez que eu começava um projeto novo, a mente velha vinha e falava mais alto ao ponto de me paralisar. Fiz isso inúmeras vezes, mergulhei em tantos cursos, todos com o objetivo de acessar a minha essência lótus, que tem sim suas raízes no lodo, mas que quer ir pra luz, crescer, florescer, trazendo cores, aromas e beleza para a vida.
E de tanto tentar, eu consegui encontrar uma forma que funcionou para mim e que funcionará para você por meio das terapias que conduzo no meu espaço em Mogi das Cruzes como também de forma online pelo guiadaalma.com.br.
Para quem já quiser começar a mudar os hábitos, coloco abaixo uma listinha que vai te ajudar a partir de hoje mesmo.
Avalie seus hábitos
Anote todos os seus hábitos em um papel, faça uma lista e descreva um por um. Anote o que você ganha com cada um deles, positivo e negativo.
Na sequência, observe qual deles te prejudica mais do que ajuda. Assim que você toma a consciência deste hábito, abre espaço para querer substituí-lo ou adequá-lo por outro melhor.
Lembre-se sempre que estamos em constante movimento, por isso você pode e merece alterar hábitos que já não combinam com seu momento atual. Para realizar essa mudança, faça essa avaliação todo final de mês para ver o que serve e o que já não serve mais em sua vida.
Independente de como esse hábito nasceu, saiba que hoje você tem mais sabedoria para organizá-lo, eu já disse que eu posso te ajudar!
Eu gosto de realizar esta avaliação no final do mês porque além de ser um bom marco temporal, coincide com a lua minguante, que como o próprio nome diz, auxilia na diminuição de algo. Temos um cérebro é racional e uma alma com sentidos, para aumentar ainda mais o reconhecimento por parte de cerébro e alma a fim de concretizar o seu desejo de acabar com algum hábito que precisa ser extinguido, coloco abaixo, uma prática que auxiliará nesse processo.
Ritual da Lua Minguante:
Anote em um papel todos os hábitos, manias, comportamentos e rotinas que estão te atrapalhando e na noite de lua minguante, acenda uma vela para seu anjo da guarda, queime esse papel na chama da vela e peça para que o anjo te ajude a minguar todos eles da sua vida!
As limitações
Imagine uma pessoa que tem o hábito de fumar e que quer colocar um outro hábito no lugar (é só um exemplo que pode servir para outros hábitos), claramente ela sabe que não é bom nem saudável para ela, afinal ela já decidiu que quer fazer movimentos para transformar esse hábito, porém o que a maiorias das pessoas não percebe é o ganho secundário que até mesmo um hábito “ruim” proporciona, por isso até mesmo o cigarro pode ser uma forma que a pessoa escolheu para anestesiar sua dor que na maioria das vezes é emocional.
Isso se aplica também para a alimentação, para aqueles que querem emagrecer por terem a consciência de que este hábito não está trazendo benefícios para si, ainda assim não conseguem mudar ou simplesmente vencer um vício.
Estes e tantos outros casos de hábitos tão intensos que transformaram-se em vícios, são reflexos de situações da vida que podem estar relacionados a ausência de algumas emoções como o amor, o afeto, o acolhimento, dentre outros. A falta destes sentimentos gerou um vazio que muitos acabaram preenchendo com outra coisa que o cérebro consentiu de tal forma que tornou-se um vício. Por certo tempo, este hábito pode até nos anestesiar, mas cedo ou tarde o corpo acaba se cansando de ser maltratado e acaba tendo uma reação física.
Como eu já escrevi no texto sobre o triangulo do drama, o corpo só quer viver bem e feliz, por isso ele nos convida o tempo inteiro a olhar para nós mesmos, para perceber onde estamos nos posicionando e obviamente para fazer movimentos de mudança. Por isso, o processo do novo hábito deve acolher também as emoções, olhar para cada uma delas com amor e respeito, pois quando alinhamos elas, conseguimos superá-las e seguir em frente com nosso propósito.
Escrevo isso não só pela experiência das pessoas que eu atendo, mas também por experiência própria, pois eu já me vi neste papel e graças a ele, eu comecei a implantar ferramentas terapêuticas que entraram como aliadas neste processo.
Com amor,
Dri Sogabe