Esses dias, me deparei com uma daquelas postagens de frases inspiradoras que circulam pelas redes. No meio do feed agitado, uma em especial me parou. Era do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, e dizia:
“A man can be himself only so long as he is alone; and if he does not love solitude, he will not love freedom; for it is only when he is alone that he is really free.”
Tradução: “O homem só pode ser ele mesmo enquanto está sozinho; e se ele não ama a solidão, não amará a liberdade, pois é apenas quando está sozinho que é verdadeiramente livre.“
Arthur Schopenhauer, em “Aphorismen zur Lebensweisheit” (Aforismos para a Sabedoria de Vida)
Essa frase me fez pensar. Será que já conseguimos, alguma vez, estar completamente a sós, não apenas fisicamente, mas emocionalmente presentes com nós mesmas, sem distrações ou máscaras? E, principalmente, o que esse pensamento pode nos ensinar sobre autoconhecimento, liberdade interior e saúde emocional?
Em um mundo que nos empurra o tempo todo para fora de nós mesmos, para notificações, compromissos, exigências e comparações, a ideia de estar só pode soar desconfortável. Mas para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, a solidão não é uma fuga da vida, e sim o espaço onde a liberdade real e o autoconhecimento nascem.
Essa reflexão, embora escrita no século XIX, ganha relevância profunda no cenário atual, onde muitos de nós temem o silêncio, o vazio e o estar consigo. E é exatamente por isso que vale olhá-la com olhos terapêuticos: o que podemos aprender sobre nós mesmas quando escolhemos estar a sós, sem distrações ou máscaras sociais?
A partir dessas perguntas nasceu esse texto, uma reflexão sobre o papel da solidão como caminho terapêutico, e como ela pode nos guiar a uma vida mais plena e verdadeira.
Primeiro de tudo, quem foi Arthur Schopenhauer?
Já havia ouvido falar, mas de verdade não o conhecia, então fui atrás para conhecer um pouco mais sobre quem foi o autor dessa frase que me deixou tão pensativa.
Arthur Schopenhauer (1788–1860) foi um dos filósofos mais influentes do século XIX. Conhecido por seu olhar profundo e muitas vezes melancólico sobre a natureza humana, ele defendia que a vida é marcada por desejo, sofrimento e busca por sentido. Apesar do tom pessimista de sua filosofia, Schopenhauer foi um pensador à frente do seu tempo ao refletir sobre temas como emoção, vontade e individualidade, muitos dos quais hoje dialogam com abordagens modernas da psicologia e da terapia.
Em sua obra “Aforismos para a Sabedoria de Vida”, Schopenhauer dedica um capítulo à solidão e à liberdade, não como fuga, mas como espaço fértil para encontrar a si mesmo.
Solidão e Autenticidade: quando o silêncio revela quem somos
A frase de Schopenhauer parte do princípio de que só conseguimos ser verdadeiramente nós mesmas quando não estamos sendo observadas, julgadas ou influenciadas. Sozinhas, não precisamos agradar ninguém, não há moldes a cumprir nem papéis sociais a desempenhar.
É nesse ambiente que a autenticidade floresce.
A solidão, nesse sentido, torna-se um espelho emocional: ela mostra o que realmente sentimos, do que gostamos, o que nos move, o que nos falta e onde doemos.
E, como reforçam abordagens terapêuticas contemporâneas, o autoconhecimento só se aprofunda quando o ruído externo diminui.
Liberdade que vem de dentro
Na mesma frase, Schopenhauer conecta a solidão ao conceito de liberdade. Não a liberdade de ir e vir, mas a liberdade interior, aquela que nos permite pensar com clareza, fazer escolhas mais conscientes e viver em alinhamento com nossos próprios valores.
Essa visão é especialmente relevante no contexto terapêutico: muitas mulheres chegam aos atendimentos sentindo-se presas em rotinas, expectativas familiares, padrões sociais ou autocobranças. Elas se perguntam por que se sentem perdidas, mesmo “cumprindo tudo certo”.
A resposta, muitas vezes, está na ausência de conexão com si mesmas. Quando não temos um tempo genuíno de solitude, vamos perdendo o contato com nossos desejos mais íntimos, e sem eles, a liberdade vira ilusão.
Solitude não é isolamento
É importante diferenciar: solitude é estar bem na própria companhia, enquanto isolamento é o afastamento forçado ou sofrido. O que Schopenhauer defende é a primeira: um estado escolhido, confortável, nutritivo.
Na prática terapêutica, usamos a solitude como ferramenta: caminhadas conscientes, momentos de silêncio, escrita terapêutica, meditação. Todas essas são formas de desacelerar e criar um espaço interno de escuta e cura.
Inclusive, estudos contemporâneos reforçam esse valor. Segundo a Harvard Health Publishing, a prática regular de momentos a sós e de silêncio melhora a clareza mental, regula o humor e fortalece a saúde emocional. A American Psychological Association (APA) também aponta que pessoas que cultivam a solitude de forma saudável desenvolvem mais autonomia emocional e menos dependência de aprovação externa.
Medo de estar só: o desconforto que pode curar
Nem todo mundo se sente à vontade na própria companhia. E isso também é um sinal.
Muitas vezes, o desconforto que sentimos ao estar sozinhas tem origem em traumas antigos, padrões de comparação, sentimentos de inadequação ou mesmo medo do vazio. Mas é exatamente nesse terreno que o trabalho terapêutico se torna fértil.
Estar só revela o que precisa de acolhimento.
É um convite para olhar para dentro, perceber feridas emocionais, dar nome às emoções e se aproximar de quem você realmente é, sem filtros, sem defesas.
E o mais bonito é que, quanto mais aprendemos a estar conosco, mais leves se tornam nossas relações. Porque passamos a amar a partir da escolha, não da carência.
Solitude como antídoto à comparação
Vivemos em uma sociedade que nos ensina, desde cedo, a nos comparar com o outro: sucesso, beleza, produtividade, felicidade. Esse ciclo constante de comparação gera ansiedade, baixa autoestima e uma sensação de “estar sempre atrás”.
Mas quando escolhemos a solitude, aquela pausa sem distrações, sem redes sociais, sem multitarefas, algo se organiza internamente. Voltamos a nos medir por nós mesmas. E é aí que a verdadeira autoestima começa a nascer.
Terapia: um espaço de liberdade interna
Na Essência Lotus, acreditamos que o desenvolvimento pessoal começa quando você se permite parar e escutar a si mesma. Os atendimentos terapêuticos conduzidos por Dri Sogabe criam esse espaço de pausa, de presença e de reconexão com o seu eu mais verdadeiro.
Através de técnicas integrativas e uma escuta amorosa, você aprende a:
- Cultivar momentos de solitude como aliados da sua saúde emocional;
- Reconhecer medos inconscientes que dificultam estar só;
- Redescobrir sua liberdade interior e seu poder de escolha;
- Reequilibrar sua energia emocional sem depender de fatores externos.
Se você sente que vive no automático, cercada por obrigações e sem tempo para simplesmente ser você, talvez este seja o momento de experimentar o silêncio como cura. Porque, como Schopenhauer bem disse, é só quando estamos sós que somos realmente livres.
E o que tiramos disso?
A liberdade mais profunda não está nas condições externas, mas na capacidade de sermos quem somos, com verdade, com coragem, com leveza. E essa liberdade nasce da solitude: não como ausência de pessoas, mas como presença de si.
Cultivar o hábito de estar consigo é um presente.
E se isso parece difícil neste momento, a Essência Lotus pode caminhar com você, oferecendo acolhimento, técnicas terapêuticas e um espaço seguro para que você redescubra o poder de simplesmente ser.