Quem já passou nos meus atendimentos sabe o quanto eu gosto de trazer exerciícios que facilitam as nossas visualizações, então esse post vai começar com um exercício também.
Considere o seguinte cenário:
Imagine que hoje você abre o aplicativo do banco e confere o saldo que mostra 1 milhão de reais na sua conta.
Como você se sentiria? Bastante feliz, eu suponho. Certo?
Agora imagine saber que você tinha 10 milhões na semana passada.
Como você se sente agora?
Provavelmente não tão feliz.
De repente, esse mesmo milhão de hoje já não parece tão satisfatório. O que mudou? Não foi a quantia em si, mas a comparação com o ponto de referência anterior.
O que você acabou de vivenciar pode ter vários nomes e definições, por isso não vamos nos ater ao nome do problema, mas trazer luz ao tema para que estejamos emocionalmente preparados para reconhecer e prontos para atuar em situações como essa.
Quando a nossa régua está quebrada
Você já se pegou comparando sua vida com a de alguém no Instagram, com um colega de trabalho ou até com o seu próprio passado? Talvez tenha sentido que, mesmo alcançando algo positivo, a sensação foi de insatisfação porque, de alguma forma, parecia pouco diante de uma referência que você mesmo escolheu, ou que a sociedade escolheu por você. Esse é o efeito de algo que raramente questionamos: a régua invisível com a qual medimos nossas conquistas e fracassos.
No dia a dia, repetimos esse movimento em diversas áreas:
- Nos negócios, comparamos os resultados atuais ao “ano bom” da empresa, criando pressões quase impossíveis de sustentar.
- Na vida pessoal, medimos a felicidade de hoje com a “versão de nós mesmos” de algum passado idealizado, que nem sempre corresponde à realidade.
- Nas redes sociais, usamos a vida editada de outras pessoas como régua, nos colocando sempre em desvantagem.
Essas comparações distorcidas geram frustração, ansiedade e até esgotamento emocional. É como usar uma régua quebrada: qualquer resultado vai parecer menor do que deveria ser.
A armadilha das metas e expectativas
Quando estabelecemos metas com base em referências infladas, criamos uma pressão irreal. Por outro lado, quando usamos períodos ruins como comparação, acabamos recompensando resultados medíocres. Isso vale para empresas, relacionamentos ou até para nossos hábitos pessoais. O problema não está em planejar ou buscar evolução, mas em não questionar a régua que escolhemos para medir.
A consequência é clara:
- Pessoas que sentem que estão sempre aquém, mesmo quando conquistam avanços reais.
- Equipes que perdem moral porque suas metas foram estabelecidas em cenários distorcidos.
- Indivíduos que acreditam que só serão felizes “quando chegarem lá”, mas nunca definem claramente onde é “lá”.
O impacto humano das comparações
Esse não é apenas um problema de números, mas de emoções. Como seres humanos, carregamos régua invisível dentro de nós: é ela que mede o quanto avançamos, o quanto valemos e o quanto podemos ser felizes. Se essa régua estiver desalinhada, baseada no passado, no outro ou em ilusões, ela se transforma em fonte de sofrimento.
Um ponto importante nessa discussão é como, desde cedo, somos influenciados pelas comparações que surgem no ambiente em que vivemos. Há famílias que, muitas vezes sem perceber, passam a ideia de que ser o “melhor” nunca é suficiente. Um filho pode trazer boas notas para casa e ainda assim ouvir que o resultado não reflete realmente sua capacidade, mas apenas a falta de preparo dos colegas. Essa mentalidade, embora muitas vezes venha de um desejo de incentivar, pode gerar um ciclo de insatisfação constante. Crescemos acreditando que precisamos estar sempre um passo à frente, sem considerar o contexto, o esforço individual e, principalmente, o nosso próprio ritmo. Esse mesmo mecanismo se repete em outras áreas: quando nos relacionamos em determinados círculos sociais, quando escolhemos ambientes de trabalho ou até quando nos espelhamos em pessoas nas redes sociais que não compartilham da mesma realidade que a nossa. O ambiente em que nos inserimos, portanto, tem o poder de reforçar ou enfraquecer a sensação de valor próprio e de realização pessoal.
E isso nos leva a uma reflexão importante: será que a régua que estamos usando hoje realmente nos serve?
O caminho da consciência
O primeiro passo é tomar consciência da régua invisível que guia nossas percepções. Entender que ela pode ter vindo de comparações herdadas, de expectativas sociais ou de crenças pessoais não revisadas. Ao percebermos isso, abrimos espaço para construir novas referências mais saudáveis.
Esse processo não significa abandonar metas ou deixar de lado a disciplina. Pelo contrário: é justamente ao equilibrar planejamento e aceitação, ao alinhar expectativas com a realidade do presente, que podemos avançar de forma mais consistente e leve.
No fundo, a régua não está lá para nos aprisionar, mas para nos orientar. Se ela estiver alinhada com a nossa essência, ela deixa de ser um fardo e se transforma em um guia.
A Essência Lotus pode ajudar
Na Essência Lotus, acreditamos que boa parte do sofrimento emocional vem justamente dessa régua invisível que usamos para medir a vida. Com atendimentos terapêuticos acolhedores, ajudamos você a revisar essas referências, trazendo mais clareza, leveza e equilíbrio tanto no campo pessoal quanto no profissional.
Porque, às vezes, o problema não é o caminho que você está trilhando. É apenas a régua que você está usando para medir.
Vamos olhar para esta régua? Mande uma mensagem e vamos conversar!